Bom, eu tinha 2 sonhos quando pequena, ser mãe de um menino e ser médica, conforme relatei no artigo ‘Que profissão escolher’, a realização da minha maternidade aconteceu conforme o planejado, mas a minha profissão foi para um lado bem diferente do esperado.
Conforme relatado no meu artigo 1º. eu entrei na faculdade e comecei a trabalhar bem jovem e isso não foi fácil para mim, pois entrei na faculdade em 1988, trabalhava o dia inteiro e no período noturno fazia faculdade, sendo que havia aulas até no sábado.
O trabalho contábil é bem desgastante e para enfrentarmos o mesmo é necessário sermos apaixonados pelo que fazemos, caso contrário, o nosso dia fica sem brilho, sem graça e ao final da semana estamos completamente cansados, sem ritmo e sem paixão nos olhos, pois é jeito que eu me sentia toda semana sem nenhum brilho, pois ainda não tinha me encontrado.
Em 1990 eu casei e em 1994 me formei e nasceu o meu filho e neste momento tudo começou a mudar.
Antes do nascimento do meu filho eu não conseguia visualizar o quanto eu era forte, determinada e decidida e isso eu devo a maternidade sim, pois foi ela que me transformou, pois eu queria ser mais, queria que meu filho tivesse orgulho da sua mãe e eu agora era responsável por outra pessoa, e como tal eu tinha a obrigação de repaginar a minha vida que profissionalmente estava estagnada desde 1988, digo isso porque eram meros trabalhos que eu me dedicava no horário comercial, mas sem nenhum retorno intelectual, prazeroso, rentável, algo que eu tinha orgulho de fazer parte.
Com a licença maternidade então eu decidi que eu iria trabalhar por conta própria e pensei agora eu sou Contadora e quero sim usar o meu diploma e mostrar que essa faculdade valeu a pena e resolvi ir trabalhar com o meu pai – Perito Contábil.
Só que a licença maternidade passou muito rápido e eu não consegui utilizar ela para aprender esta nova profissão, pois a maternidade me envolveu por completo, sendo assim, continuei na empresa que eu estava e em 1996, com o filho prestes a fazer um ano e 3 meses eu finalmente tive coragem e pedi demissão e fui aprender com o meu pai esta nova profissão.
Digo para vocês que não foi fácil, pois aprender uma nova profissão com uma criança de apenas 1 ano e 3 meses, imagina…., mas ele já frenquentava a escolinha desde os 8 meses, porque eu já trabalhava como funcionária, cartão-ponto um stress para quem tem bebê pequeno, amamentação, etc.
Ser formanda em contábeis e trabalhar no financeiro de uma empresa é completamente diferente de ser autônoma perita contábil, posso dizer que foi um aprendizado bem longo, mas como é uma profissão de alto grau de responsabilidade, estudo e prazos a serem cumpridos eu não podia me dar ao luxo de só estudar, era estudo e muito trabalho e o que meu filho ganhou por ter a sua mãe autônoma?
Posso dizer que não foi só o meu filho que ganhou qualidade de vida, eu, filho, marido e toda minha família só ganhamos com essa minha escolha, pois eu não levava mais o meu filho às 07:00 da manhã para escolinha e sim às 10:00hs. e não buscava ele mais às 19:00hs. e sim às 17:00hs. máximo 18:00hs.
Todos os passeios da escolinha eu participa como professora, cuidando dele e dos amigos e fiz isso até os 5 anos de idade dele, aproveitei horrores a infância dele.
E o meu serviço? Como fiz? Trabalhava das 10:00hs. às 17hs. e mais um pouco todos os dias depois, quando ele estava dormindo em casa… as madrugadas eram minhas de muito trabalho, como eu disse não foi fácil, mas a disciplina é tudo na vida.
E além do meu filho, consegui dar mais atenção aos meus pais e minha irmã, pois todos nós começamos desde 1996 trabalharmos todos juntos.
A lição deste artigo é que devemos sempre ser persistentes em busca de nossos sonhos e saber que a família é tudo em nossas vidas, a gente tendo o apoio dela tudo dará certo.
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